Bebidas e o vento.
Teu cheiro, tuas unhas
Marcaram o champagne
E minha vida.
Era tudo tão louco
sem rumo, sem espera.
A vida encarregou o tempo
de fazer tudo ir para longe.
Assim sem mais
Percebi o mundo fora das filosofias.
Como sempre, idas e vindas
Fui, vieste, fomos e viemos.
Aquilo tudo ainda era real
Todas noites
A lua foi testemunha.
Sorrisos imperfeitos
Sorrisos perfeitos
sorrisos
aqueles.
...
Aquela noite
aquele táxi
aqueles beijos
ficaram recuerdos.
Notas de roda pé
escritas com o coração
olhos que viam
apenas desilusão.
Parti, sem rumo
a esmo na nau.
Voltei, encontrei a garrafa
que no mar depositou.
O tempo passou
em branco
em branco
em branco
em branco...
...
Voltei, sou eu!
Lembra?
Não, não irá lembrar.
Aquele não era eu.
Agora, sorrisos
novamente
prosperam
e voam.
Abraços, afagos
sobram
faltam
vem e vão...
Agora as ondas
que me levaram com a nau
carregam, ao seu ritmo
as dores que antes ficaram.
Construções indivíduais
nunca me chamaram atenção;
se construir, contigo será melhor.
O ritmo é estranho
as formas também.
Tua garrafa carrego.
A minha, aonde está?
...
Caminha a história
paralela
cheia de lembranças.
Sorrisos, abraços,
sonhos e vidas.
Paralelas?
Quando lembro,
penso em dobro.
Longe, perto.
A bebida está acabando,
meu copo já vazio
reflete o que sinto por dentro.
O cigarro, queima sozinho
me vejo nele.
A brasa se apaga.
A chama, nesse momento
apenas para mais um cigarro.
Encham meu copo.
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