domingo, 21 de novembro de 2010

Devaneios

Demasiado tarde. Vontade meio louca de transcrever o que vem ao pensamento, fluindo sem paradeiro, sem fim. Agora, exatamente às 02:30 fui comprar cigarro, sim, vida de quem infelizmente não está trabalhando, percebi que a cidade nunca dorme, ela repousa. Dormimos nós, dormem eles. Eu não, aqui assentado nesta cadeira percebo as voltas e reviravoltas que a vida dá.

Desculpem, nesta seara habitual nos transformamos, me transformo, te transformo. Procuro significado do porque eu não conseguir estudar como deveria, voltar a sentir o mundo como sentia, hoje ele parece passar por mim com presa, sem querer deixar lembranças. Quente, frio, sol, chuva, vento, por que não sinto mais as pequenas coisas, as simples coisas?

Há mais de 4 anos uma história iniciou, ainda hoje ela perdura enfurecida, obscurecida. Lugar para extravasar? Ela não possuí, ainda. Essa comunhão de pensamentos, me deixando louco, completamente insano. Será que todos vivem duas vidas? Aquela que mostra-se ao exterior e aquela que nos mostra o exterior.

Vontade, essa vontade. Lidar, como saber lidar. Não sei mais como cercar, trazer à mim. Anda solta, preciso da isca, preciso disso, daquilo, de tudo de volta.

Madrugada essa que me transforma em devorador do próprio pensamento, extirpe única, madness.

sábado, 6 de novembro de 2010

(A) moral

Pois é. Estava eu hoje refletindo sobre uma coisa que tenho diariamente percebido em mim, o fato de eu dar mais valor e cumprir com mais eficiência aquilo que me deixa moralmente preso, do que fatos que eu deveria ter certa obrigação de cumprir, não os cumpro pelo simples fato de serem há meu ver, uma questão que mexa no psíquico, ego, ou que seja, na minha moral.

Mas e onde reside essa moral? O que é essa moral? Talvez esteja ai a resposta para as mais badaladas perguntas que sempre me fiz. Uma delas?! Bom, quem sabe um dia eu conte, por enquanto, deixemos que ela fique sub-entendida no âmago da essência natural do meu ser.
Por certo que neste momento em que um cigarro mal apagado joga fumaça para o alto e eu tomo meu café, passam questões ainda sem resposta pela minha mente, mas o caminho, o formidável caminho que posso ter descoberto me faz sentir que posso finalmente ser livre, liberto dessa "coisa" que me atormente há muitos anos. Sim, certamente que atormenta, eu nunca soube o porque que em determinadas situações me sentia preso e em outras completamente indiferente.

O mais fácil seria não me envolver moralmente com nada que pudesse me comprometer a sanidade, porém, que culpa tenho eu se ainda necessito da insanidade para aprender sobre o que vive escondido em mim. Ora, vamos convir que a aventura de descobrir o que vive dentro de nós é muito mais interessante do que a aventura de viver para descobrir o que está perto de nós. Para aprender sobre os outros não se faz necessário, na maioria das vezes, conhecer teorias e estudos, basta que conheça a si. O eu é mais determinante na hora de saber quem e como são os outros.

Os outros, será que o ciclo final são os outros? Ou é apenas o eu que se coloca no lugar dos outros para findar um eterno eu?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

YY

Pra começar fico pensando se ando deprimido ou algo do gênero ou se é apenas minha personalidade assim mesmo. Eu arranjo desculpas pra não sair de casa e conviver socialmente com outras pessoas, sinto asco ao pensar em sair e ficar vendo aquele monte de gente com apetite voraz por "pegar" outras. Porque as pessoas não podem sair socialmente e comportar-se como devidos seres racionais que dizem ser, apenas pelo prazer da presença um do outro, pelo prazer saborear uma boa bebida, ou não tão boa, pelo prazer de exercer a socialização inerente que nos faz parte; todos ou melhor, não generalizando, 90% com esse apetite que faz pensar se ainda existem relações sociais de simples prazer, parece tudo mecânico, uma voracidade por externar sua sexualidade.

Mas de fato, nada é simplesmente sem interesse, tudo é interesse. Em que mundo vivo, assim como planejo o que ser e fazer, planejo não planejar o que planejei antes. Corro para direita e volto para esquerda para ter certeza que nada esqueci. Me incluo em contextos que não me são particulares para logo perceber que sai do caminho, que caminho?

Por mais que seja real, a inutilidade expressa nos pensamentos faz-me co-autor da minha própria vida. Essas malditas fases, quando procuro algo mais, encontro algo menos, quando algo menos me faço, algo mais para mim surge. Sorte ter conhecido, ao passo que azar ter desconhecido.